quinta-feira, 15 de julho de 2010

Atitudes Corretas


Quando uma pessoa acha que a atitude dela é correta, deve aceitar que o outro a tenha também.

Dois pesos e duas medidas. Esse é um conceito que me incomoda, e muito. E não aceito.
E nestas situações não fico mais quieta. A fase do silêncio em nome da boa educação já passou.

Ora, se alguém se acha no direito de falar o que bem entende, de magoar pessoas, e depois coloca a responsabilidade disso na "sua personalidade difícil" e ainda pressupõe que os outros devem se acostumar a isso, então não deveria se incomodar de ouvir também o que outros tem a dizer "sem pensar", e deveria também aceitar que outras pessoas também tem personalidade forte ou inconsequente.

O fato é que, é egoísmo querer um "direito" só pra si. Esse mesmo direito que é assumido para si, deve ser dado a todos, sem se sentir ofendido.

Na verdade, há um velho e sábio ditado: "Não faça com os outros, aquilo que não gostaria que fizessem a você."

Simples assim.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Impotência


A sensação é de estar acuada. Uma fera enjaulada esperando a próxima chibatada, que vem, não porque o truque foi desobedecido ou feito de maneira incorreta, pode vir somente pelo prazer do treinador para sua simples demonstração de poder.

E as palavras não são de incentivo, de motivação, são repressoras, sarcásticas, humilhantes.

A defesa é exaustiva, e passou de intensa à um simples reflexo de dor.
Os olhos ficam opacos, a respiração difícil e a boca seca.

E tudo o que há em volta são grades. Só existem dois pensamentos: matar ou morrer.

domingo, 4 de julho de 2010

Um amor sem igual


Às vezes me pergunto se conhecemos realmente aquilo que chamamos de amor.

A paixão, o sexo, a vontade de estar juntos, tudo isso é facilmente confundido com amor. Mas claro, também é amor. Porque o amor se traduz em atitudes de bem querer, é descrito pela necessidade e pelo prazer, e não raro, é talhado através de sofrimento e dor.


Mas qual é a face do verdadeiro amor, aquele que tentam descrever filmes e livros, aquele que histórias extremas desenham, exemplificam ?


Amor de pai e mãe, amor de amigo, amor de irmão, amor de homem e mulher. Qual deles é o amor sem igual ?


A natureza do amor não importa, porque todos podem ultrapassar a barreira da simples ilusão, da mediocridade. Então o que classifica esse amor como único ? Não tenho a pretensão de oferecer uma resposta única, porque cada um tem a sua própria percepção do que é amor, e assim sendo, todos podem dizer "sinto um amor inigualável".


Mas amor é atitude. E não importa o quanto você ache que ama da forma mais extrema possivel, se isso não se traduz em ação. Quando a gente ama, é sempre o outro o mais importante. Sem limites são os nossos gestos na direção de quem amamos. Única é a necessidade de fazer outro feliz, mesmo que para isso seja preciso abdicar de seus próprios sonhos de felicidade.


E o ápice de qualquer amor é quando ambos estão na mesma sintonia de sonhos, necessidades e atitudes. Cumplicidade total, não sem alguma divergência porque seria utopia, mas sempre com a mesma essência.


Este sim, é o amor inigualável de homem ou mulher, amigo ou irmão, de pai e mãe.


Amor.
.

sábado, 1 de maio de 2010

Simple the Best


"Quando você não está feliz, é preciso ser forte para mudar, resistir à tentação do retorno. O fraco não vai à lugar algum."
 (Ayrton Senna, 1960-1994)

01 de maio de 2010. 16 anos de saudade...



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Frase do Dia

"Un tempo a nessuno era consentito di pensare liberamente.
Ora è permesso ma, quasi nessuno ne è più capace."

sábado, 17 de abril de 2010

O vinho e outros prazeres

Vi esta frase em um site hoje, enquanto saboreava um vinho nacional, suave, branco e gelado.

Nesta tarde de sábado ensolarado, com a temperatura acima dos 28 graus, pareceu-me uma bebida perfeita. Talvez os enólogos e apreciadores de vinho mais tradicionais de plantão estejam me reprovando veementemente por tais escolhas. Afinal estou transgredindo totalmente às normas e à etiqueta.

E um único pensamento me vem à cabeça. "E dai ?? Que mal existe em fugir da etiqueta ou do padrão se o prazer vale a pena ?"

Acabo de saborear a primeira taça, e já antecipo em pensamento, o prazer de sorver os goles da próxima que eu mesma me servirei daqui alguns minutos. Não está passando nenhum show cultural na TV, não há nenhum queijo fino de acompanhamento, e sono da sola (sozinha), e tampouco está tocando uma música suave no apartamento vizinho. Definitivamente não será nenhuma cena romântica ou cult de algum filme.

Simplesmente uma taça de vinho, apreciada sem pretensões, apenas pelo prazer e satisfação de um desejo fora do horário e da pauta.

O vinho e todos os outros prazeres do mundo. Sem regras e sem culpas.

Isto também pode ser definido por Felicidade. Tim-Tim !!

sábado, 27 de março de 2010

Quando mais nada pode dar errado

Sexta-feira, 18 horas, e penso...ufa.. tá quase acabando a semana... até que enfim.
Mas quinze minutos depois, uma situação para fechar com chave de ouro essa semana interminável !
Sabe aquele dia em que mais nada podia dar errado ? E dá ??

E tudo porque as pessoas não conseguem mais se comunicar bem. Parece que desaprendemos. Utilizamos o msn, o email, o orkut, o blog pra dizer coisas a alguém, para si mesmo, ou à todos... E invariavelmente tem alguma coisa que dá errado.  Algo que é interpretado de maneira errada, no tom indevido, ou com um sarcasmo que o texto não tinha a intenção de mostrar. E o que fazemos ? Nada. Somos incapazes de proferir palavras com a própria voz. Ficamos mudos, inertes. E insistimos em discutir por email, com palavras escritas, em páginas que não mostra os olhos marejados, os lábios sorrindo, ou o rubor da face.

"Coisas que não sei contar...."  É tão dificil assim dizer claramente o que pensamos pessoalmente ? Magoamos e somos magoados, sem perceber até.  Pecamos pelo excesso de palavras e pela falta do toque, do carinho, do abraço.

Nenhum texto é capaz de suprir um simples olhar nos olhos do outro, ou a voz ecoando, mesmo que metalizada ao telefone.
Precisamos reaprender o be-a-bá da boa comunição.

A primeira lição de qualquer livro de idiomas, e dizer:
"Olá, como você está ?" e verdadeiramente parar para ouvir.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Frase do dia

Indiferença dói.
Só aqueles que amamos são capazes de nos magoar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Um Dia Comum...

Hoje é um dia comum, mas ao mesmo tempo especial...
é possivel estar feliz e ao mesmo tempo triste ?
querer estar sozinha tanto quanto rodeada daqueles que amo ?
hoje sou interrogação e exclamação juntas, seguida de reticências, tendendo ao infinito.
Infinito desejo de que algumas coisas fossem diferentes...
infinita vontade de sentir o calor e o carinho dos abraços...
infinita dúvida de estar no caminho certo...
Infinitas lembranças, infinitos planos...
infinita dor...
infinito amor...
infinito, apenas...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Amor pra Sempre

Sempre pra Sempre (Donna Maria)

Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor da pele

Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão

Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado

Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue, bem quente

Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado

Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso

Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada, mas nada
Te faz contente, me faz contente

Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Ha amor eterno
Sem nunca, talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez

Ha amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
amor,
Sem amor

O amor tudo,
Tudo isto
E nada disto

Para tanta gente
acabar de maneira igual
E recomeçar
Um amor diferente

Sempre , para sempre
Para sempre!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Morte

Acho que sempre encarei a morte como um ato natural e triste deste processo ‘viver’. Talvez porque eu tenha sido obrigada a entender, desde muito pequena, que a ausência de quem morreu é inesperada – na maioria das vezes – porém definitiva. Entretanto não me tome por insensível, ao contrário, mas as mortes que mais me abalaram não foram as de pessoas familiares, acredito que inconscientemente, eu tinha um pensamento ou sentimento de que, se eu havia aprendido a conviver com a ausência de meu pai desde os meus 5 anos, se eu podia viver sem ele, poderia viver sem qualquer pessoa, por mais próxima que fosse.

Havia tristeza sim, claro, porque a vida que se vai, leva consigo ou um longo caminho com toda sua sabedoria, ou ainda pior, arrasa com todas as possibilidades de uma história ainda não escrita. E as páginas em branco magoam ainda mais.
Mas a morte não me assustava, e ainda hoje não tenho medo de morrer, mas se eu puder desejar como, espero que seja indolor e rápida.

E que cause o mínimo de dor possível aos que ficam, porque isso sim, sempre foi o que mais me abalou nestes momentos. O sofrimento de quem fica – não o meu, embora eu o sinta - mas principalmente daqueles ao meu redor, aqueles que eu amo e que percebo magoados, despedaçados por dentro, sem rumo, com os olhos inertes.

Este sentimento de impotência diante de tal sofrimento, isso sim, me tira o chão. Mas por favor, não me tome por “a boazinha”, ou sentimental ao extremo, porque não foram todas as mortes que presenciei que me causaram tamanha aflição. De todas as despedidas, apenas algumas fizeram-me sentir insignificante, impotente, culpada por não poder extinguir daqueles olhos vermelhos, inchados, aquela dor incurável e extrema. E nestas horas, chorei, envergonhando-me mais ainda, por fraquejar diante daqueles que eu devia proteger, confortar, apoiar.


Foi na primeira vez que tive consciência desta absurda impotência, que passei a temer, não a Morte, mas todo o sofrimento e angústia que ela traz.

Em raras ocasiões, desejei ter o poder de voltar no tempo, e desfazer tudo, trocar de lugar, mudar o curso, e então lembrei das minhas orações e promessas vãs, e briguei com Deus e duvidei de Sua existência. Desejei gritar até o mundo todo desaparecer e acordar daquele pesadelo, para assim ver de novo, aqueles olhos sorrindo, feliz, em paz, sem aquela névoa vermelha e opaca deformando-os. E chorei ainda mais.

Hoje, choro por meu pai e pela ausência da nossa história. Choro por aquela garotinha, que aos berros foi levada pra longe do barulho fúnebre das pás e da terra caindo. E nas despedidas, seja de quem for, esta é a cena que não consigo olhar.

As vezes penso num dia sombrio, quando talvez seja eu a inconsolável – sim, existe uma despedida que temo mais que qualquer outra no mundo, que me fere fundo a simples hipótese e peço ao acaso ou a Deus, que afaste de mim este cálice.

Por favor, deixe-me ir na frente.

Passagem

"Que me deixem passar - eis o que peço
diante da porta ou diante do caminho.
E que ninguém me siga na passagem.
Não tenho companheiros de viagem
nem quero que ninguém fique ao meu lado.
Para passar, exijo estar sozinho,
somente de mim mesmo acompanhado.
Mas caso me proíbam de passar
por ser eu diferente ou indesejado
mesmo assim passarei.
Inventarei a porta e o caminho.
E passarei sozinho."

(Lêdo Ivo)